quinta-feira, 30 de abril de 2009

Jovens

Os jovens são estúpidos, parvos, mal-educados, bestas-quadradas, ignorantes, insensíveis, ridículos, ingratos, e mostram-no, incompreensivelmente, de uma forma completamente despreocupada.

O que é que é mais certo acontecer quando é detectada alguma fraqueza em alguém? Claro, vir um jovem aproveitar-se do facto e garantir vantagem de preferência deixando a vítima pior do que já está. Aqui matam logo a estupidez e a insensibilidade de uma cajadada só.

O que é que faz um jovem urrar, gritar, praguejar, gesticular obscenidades, sem motivo aparente? O facto de ser parvo como é óbvio.

Lamber e apalpar a namorada (que agora não é namorada mas sim a amiga que se curte) encostado a uma esquina ou poste de electricidade qualquer, no meio da rua, à frente de quem quer que passe, sem se preocupar minimamente com o incómodo que podem causa, é talvez, no mínimo má educação.

Não ter cuidado com o que o rodeia, tratar um comando de televisão por ex., como se fosse uma enxada, com as consequências que se podem imaginar, é? é? é? isso mesmo, uma autêntica besta-quadrada de um jovem.

Estarem consecutivamente a ouvir as mesmas recomendações, “não facas isso”, “tem cuidado”, “vai estudar”, “isso não se diz”, “faz o favor de respeitar”, “etc”, “bis”, fazem deles uns seres que têm uma total incapacidade em assimilar o que é repetido até à exaustão, tornam-se uns ignorantes portanto.

Mostrarem-se insistentemente vestidos das formas mais abstractas, calças pelos joelhos, penteados desalinhados, rotos, sujos, sentarem-se no chão em qualquer sítio, espojarem-se em cada bocadinho de relva que encontram, são… como é que aquilo se chama? Ridículos.

Não reconhecer a preocupação que os ‘cotas’ têm por eles não é ser despreocupado, que por vezes é confundido com distraído, é ser ingrato.

Eu, que estou a atravessar os quarenta a uma velocidade do caraças, respeito toda a gente independentemente das diferenças, não berro, não gesticulo obscenidades, não ando nem a lamber nem a apalpar ninguém pelas esquinas, tenho cuidado com o que rodeia, não oiço recomendações (antes pelo contrário, faço-as) e ando todo aperaltado a reconhecer o valor alheio e para além de tudo, preocupo-me, olho para isto tudo e fico assim:

Mas que merda!

Que saudades de ser estúpido, parvo, mal-educado, besta-quadrada, ignorante, insensível, ridículo, ingrato, e… despreocupado.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Olha que dois!


A dra. Leite numa entrevista à televisão referiu entre muitas coisas, duas, que realço aqui:

a primeira, admitir uma aliança com o PS, no caso deste não obter a maioria absoluta nas próximas eleições, no sentido de uma convergência de interesses comum.

a segunda, identificar o enorme erro político de Sócrates por ter anunciado obras megalómanas (TGV e Aeroporto) , medidas que mesmo criando postos de trabalho e fazendo face ao atraso de Portugal nestas áreas, segundo ela, seriam não populares, uma estratégia desaconselhada portanto em véspera de eleições.

a primeira, já está a gerar polémica, não só nos habituais visionários da desgraça nacional, mas também nos sectores mais internos do PSD, um desconforto para alguns, mais uma argolada da dra. para outros e uma autentica heresia para uns mais lá ao fundo.

a mim sinceramente esta declaração até me deixou, vá lá, moderadamente esperançado (moderadamente talvez seja demais, um pouquito esperançado), significava, a concretizar-se já que o mais certo é o PS perder a maioria, que pelo menos os dois maiores partidos convergiam num objectivo comum, Portugal e os portugueses, e para além de se vigiarem um ao outro, podia ser que obtivessem resultados para o bem geral. Mas o facto é que, como a nossa política pauta pela busca selvagem do poder no intuito de garantir o tacho, claro que só podia cair mal.

a primeira está analisada, vamos à segunda, e esta sim, deixou-me com uns fernicóques do caraças. Então esta mulher está preocupada com os erros estratégicos do adversário político?! Irreal!
então não devia estar caladinha e rezar para que o Sócrates, embalado neste malfadado investimento público, anunciasse sei lá, mais uma ponte do continente para a Madeira com TGV e tudo e um aeroporto para cada ilha dos Açores por ex., e se estampasse ao comprido nas próximas eleições. Incompreensível esta preocupação. (será que esta gaja está apaixonada pelo outro?) é que anda a falar muito em ódio (político), será? é que o ódio e a paixão por vezes confundem-se.

por outro lado, numa análise mais sociológica, fica bem patente a característica já enraizada na nossa/deles mentalidade política, a da promessa, o iludir o povo que facilmente se deixa levar na conversa demagógica, só que o Sócrates como já gastou as promessas todas para ser eleito há quatro anos, agora tem que inovar, sobrou-lhe esta do investimento público. Até aqui ele meteu água, podia dizer que ia investir nas empresas em dificuldades para os desempregados recuperarem os seus empregos, mas não, teima neste exagero.

...e a outra cheia de preocupaçãozinhas, livra!
Olha que dois, como se diz no Portugal profundo que está desertificado mas irá ser atravessado por um TGV (coisa fina), "os dois agarrados a uma carroça, não sei qual puxaria mais para a valeta"

segunda-feira, 27 de abril de 2009

domingo, 26 de abril de 2009

Alucinação Imoral

«O primeiro-ministro, José Sócrates, defendeu este domingo que a política de investimento público do Governo é "absolutamente fundamental" para ajudar o país a sair da crise e que é mesmo um "imperativo moral" face à necessidade de criar emprego.»

Ora vamos lá então fazer contas:
TGV 7,7 mil milhões, nova Ponte sobre o Tejo 186 milhões e o novo Aeroporto 4 mil milhões, fora, algumas indemnizações pelas expropriações que faltam fazer, umas quantas acessibilidades ainda não contabilizadas e claro, não esquecer as tão nossas conhecidas derrapagens orçamentais.

Sinceramente a mim parece-me mais uma "alucinação imoral".
Enquanto, nesta conjuntura mundial de crise, outros países salvam empresas, nós, investimos em ligações ferroviárias e aéreas de top com o exterior. Só se for para as empresas que restam saírem de cá mais rapidamente.

Outro 25 de Abril


"Há diversas modalidades de Estado: os estados socialistas, os estados corporativos e o estado a que isto chegou! Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos. De maneira que quem quiser, vem comigo para Lisboa e acabamos com isto. Quem é voluntário sai e forma. Quem não quiser vir não é obrigado e fica aqui."

Estamos bastante precisados de outro Salgueiro Maia, e de outro 25 de Abril, é que, assim como as modas também as ditaduras se renovam.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

As frases d'ordem


«...tinha acabado de ser libertado com a medida de coacção mais leve (apresentação semanal na esquadra da área de residência), depois de ouvido pelo juiz acusado de furto agravado, resistência e agressão à autoridade, e, logo à saída do tribunal roubou um carro que usou para furtar uma bomba de gasolina. Foi apanhado alguns quilómetros mais à frente depois de se ter envolvido num acidente de viação.»

O advogado de defesa, o sôdôtôr Fulano Tal pediu para que fosse libertado, por achar que não se tinham reunido as provas necessárias para acusar o seu cliente do furto à referida bomba de gasolina, e porque acima de tudo estava em causa a presunção de inocência.

A presunção de inocência é tão importante como a presunção da culpa. Por esta última ninguém se bate, nunca ouvi nenhum sôdôtôr dizer: " ai e tal, pedi para que fosse aplicada ao meu cliente a prisão preventiva pois como é um grandessíssimo sacana e antes que volte a fazer merda o melhor é ficar engavetado. De qualquer modo vou defender este energúmeno e tentar que o juiz tenha pena desta besta e lhe poupe alguns anos de cadeia por motivo de evidente incapacidade deste animal quadrúpede em avaliar um adequado modus operandi em sociedade. "

Todos sabemos que à partida, a malta, julga, condena e ainda enxovalha em praça pública quem tem o azar de se cruzar com a justiça, está mal, ou não, metade pelo menos acerta. Faz-me lembrar o caso Casa Pia, e concretamente o Carlos Cruz. A determinada altura falou-se de vingança, ódios e invejas, eu fartei-me de perguntar a mim mesmo, mas porque raio de carga de água haveriam logo de querer tramar alguém tão simpático, tão conhecido, ninguém lhe conhecia uma polémica, era um profissional e pêras, não conhecia ninguém que não gostasse dele. Culpado ou inocente? Se culpado, pelo que já vi e vivi, não me espanta absolutamente nada, se inocente, mas que enredo tão perverso e tão bem montado, heim!

Há dias li uma crónica de Isabel Stilwuell onde, entre uma série de banalidades, evidências e algumas alarvidades concluía, referindo-se ao caso MacCann, com uma severa crítica a Gonçalo Amaral pela sua ineficiência na resolução do caso, e colocando os MacCann como vítimas na pessoa de uma incomensurável dor devido à perda de um filho, numa clara manifestação dum hermético sentimento maternal. Ora eu também sou pai, e a primeira coisa que me salta à vista em relação a este já gasto caso MacCann, é que jamais deixaria os meus dois filhos sozinhos num quarto de hotel para ir para os copos. O resto são livros, fundos, poder, polítiquices, etc.

quando se começa a escrever ou a vir a público para cumprir com obrigações e a troco de qualquer disparate ou em desespero de causa de desvirtuam conceitos ou pior ainda se banaliza a bacorada, então não há nada a fazer, não admira que o "estou-me a cagar" e o "ó pá isto é mesmo assim não há nada a fazer" sejam as frases d'ordem.

sábado, 18 de abril de 2009

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Por favor DESCULPEM-ME!


Assim sim, assim é que é combater a fraude e o enriquecimento ilícito.
Acima dos cem mil euros, e desde que não se consiga provar a proveniência do património, a administração fiscal penaliza com uma taxa de 60%. BOA!

Deixa lá se entendo o raciocínio da coisa: um gajo ROUBA no valor de 100.000 euros, é apanhado, e não consegue provar que arranjou esse património de forma lícita. É-lhe aplicada uma taxa de 60.000 euros e fica com o correspondente a 40.000 euros, para castigo só pode.

ah, mas o governo já reagiu à torrente de criticas que de imediato choveram.

(segundo o correio da manhã) «O ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, referiu que uma taxa de 100% só poderia ser aplicada em casos de enriquecimento através de actos criminais. “Quem ajuíza isso não é a Administração Fiscal são os tribunais e, de acordo com a lei existente em Portugal, havendo rendimentos e ganhos de natureza criminosa competirá aos tribunais sancionar essas situações. E a lei diz que esses rendimentos revertem todos a favor do Estado”, concluiu.»

Desta forma, quem conclui também sou eu que, pelos vistos, o ilícito não é crime
seria irónico se não fosse tão triste

A lei só por si suscita-me uma série de questões, nem sequer vou perder tempo em coloca-las, e já estou tão farto desta gente que vou só terminar com um pedido de desculpas a todos os que há quatro anos atrás tiveram outras convicções políticas e não votaram no PS.
Acho que vos devo isso, por favor desculpem-me por ter votado no PS e ter contribuído dessa forma para a vergonha nacional que é esta governação.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

"Uns Desgraçados Quaisquer"

O desporto tem esta inevitabilidade, ordenar as pessoas por clubes. E o ser dum determinado clube tem ainda uma outra inevitabilidade, a "clubite crónica", esta, acima de tudo chata de aturar e que básicamente torna as pessoas, como direi, ESTÚPIDAS.

Temos a fama de sermos uns porreiraços, venha de lá a situação mais banal, e desatamos a pagar imperiais e a falar das conquistas do passado para quem quiser ouvir, mas quando o tema é desporto, especialmente futebol e clubes, está tudo estragado.

O passado fim-de-semana foi um bom exemplo disso. felizmente estive rodeado de pessoas a quem os clubes já as habituaram àquela natural resignação de se verem consecutivamente atrás do primeiro classificado, e acima de tudo e mais importante, não se tornarem ESTÚPIDAS devido a esse facto.

No Domingo a desfolhar um jornal qualquer, deparei com uma crónica do Ricardo Araújo Pereira, que todos sabem ser um benfiquista ferrenho, na qual comentava o desaire do seu clube, sem que para isso conseguisse evitar de destilar fel e incompreensíveis alusões ao passado (recente) dos seus mais directos adversários, numa clara e inequívoca manifestação de uma insultante ESTUPIDEZ

este fenómeno é interessante, nem sequer é inédito, mas é recorrente e transversal a todo o porteguesinho atingido por este tipo de 'ite', trazer factos negativos dos outros, para talvez, servirem de analgésico às nossas (deles) dores. e o estúpido disto tudo é que não tem nada a ver. é que se é para rebuscar o passado, esses "desgraçados" que o RAP refere na sua crónica, já brindaram o Benfica em 86 com um memorável 7-1, e mais recentemente uns outros "desgraçados", espanhóis, pior ainda, de segunda talvez terceira categoria (nada que se compare a um Barcelona) também fizeram os adeptos benfiquistas verem no marcador electrónico do estádio o algarismo 7 no lado que menos lhes interessava.

efectivamente, não há dúvida que a clubite crónica torna as pessoas parvas e se por acaso o RAP passar por aqui (que é quase tão provável como o Quique Flores se manter no Benfica até ao final da época) pode recuperar a memória do que uns "desgraçados quaisquer" conseguem fazer quando a "desgraça" se transforma em História, e essa, não se consegue apagar.



entretanto, quando se esquece destas parvoíces do futebol o RAP continua igual a ele próprio, brilhante, acutilante, informado e genialmente engraçado.