segunda-feira, 13 de abril de 2009

"Uns Desgraçados Quaisquer"

O desporto tem esta inevitabilidade, ordenar as pessoas por clubes. E o ser dum determinado clube tem ainda uma outra inevitabilidade, a "clubite crónica", esta, acima de tudo chata de aturar e que básicamente torna as pessoas, como direi, ESTÚPIDAS.

Temos a fama de sermos uns porreiraços, venha de lá a situação mais banal, e desatamos a pagar imperiais e a falar das conquistas do passado para quem quiser ouvir, mas quando o tema é desporto, especialmente futebol e clubes, está tudo estragado.

O passado fim-de-semana foi um bom exemplo disso. felizmente estive rodeado de pessoas a quem os clubes já as habituaram àquela natural resignação de se verem consecutivamente atrás do primeiro classificado, e acima de tudo e mais importante, não se tornarem ESTÚPIDAS devido a esse facto.

No Domingo a desfolhar um jornal qualquer, deparei com uma crónica do Ricardo Araújo Pereira, que todos sabem ser um benfiquista ferrenho, na qual comentava o desaire do seu clube, sem que para isso conseguisse evitar de destilar fel e incompreensíveis alusões ao passado (recente) dos seus mais directos adversários, numa clara e inequívoca manifestação de uma insultante ESTUPIDEZ

este fenómeno é interessante, nem sequer é inédito, mas é recorrente e transversal a todo o porteguesinho atingido por este tipo de 'ite', trazer factos negativos dos outros, para talvez, servirem de analgésico às nossas (deles) dores. e o estúpido disto tudo é que não tem nada a ver. é que se é para rebuscar o passado, esses "desgraçados" que o RAP refere na sua crónica, já brindaram o Benfica em 86 com um memorável 7-1, e mais recentemente uns outros "desgraçados", espanhóis, pior ainda, de segunda talvez terceira categoria (nada que se compare a um Barcelona) também fizeram os adeptos benfiquistas verem no marcador electrónico do estádio o algarismo 7 no lado que menos lhes interessava.

efectivamente, não há dúvida que a clubite crónica torna as pessoas parvas e se por acaso o RAP passar por aqui (que é quase tão provável como o Quique Flores se manter no Benfica até ao final da época) pode recuperar a memória do que uns "desgraçados quaisquer" conseguem fazer quando a "desgraça" se transforma em História, e essa, não se consegue apagar.



entretanto, quando se esquece destas parvoíces do futebol o RAP continua igual a ele próprio, brilhante, acutilante, informado e genialmente engraçado.

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