quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Viagem



...por fim, caio em mim
sinto a pulsação e a respiração ofegante
e uma moinha já está instalada

tento novamente regressar
está a custar
a razão diz-me que não
a adição que sim, resisto, não quero, regresso

fecho os olhos, tento não pensar em nada, e deixo-me levar
abandono-me, e assusta-me ver-me partir
aqui vou eu, o peito comprime-se, mal posso respirar, que bom...

é frio
refresca
intenso
entorpece
enche
revigora
dói
sem dor
dá-nos
e tira
envolve
supremo
o céu
o inferno
preenche com o mal que queremos
esqueço e recordo com a angustia de uma saudade imensa, eterna
e finda
e por fim, caio novamente em mim

e quero novamente regressar
porquê?
se sei que vou voltar a querer.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Desabafos


Afundado na poltrona magico que raio de merdas hei-de eu encadear, e o mais importante, que façam sentido.

"... a avaliação dos cobradores de impostos vai incidir, 80% no sucesso dos valores cobrados e 20% na competência do avaliado."

«VI convenção do Bloco de Esquerda, falou-se mais de Manuel Alegre (que nem sequer faz parte do BE) do que quem terá o próximo tacho europeu.» «ah é verdade, e falou-se também da exclusão de Joana Amaral Dias da lista para a mesa nacional, e de uma união da esquerda. (deixa-me rir um bocadinho)»

« o PM também falou qualquer coisa acerca de tirar aos mais ricos em benefício da classe média, depois de ter salvado o banco que geria as fortunas dos ricos, garantindo assim que eles se mantivessem ricos, a paga agora é esta, atentar-lhes à riqueza através do corte de benefícios fiscais. (já recuperou mais uns votitos para as próximas legislativas)»

« Ao fim do dia temos como sobremesa uma super produção sobre esse tema de interesse nacional, direi até vital para a compreenção da nossa identidade, "as quecas do Salazar".»

por mais que me esforce não consigo encadear nada.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O que realmente interessa



O que realmente interessa é aquele sorriso final, mais que as palavras, mais que o sentimento ou as lágrimas que arrancou, mais que a motivação, mesmo que nalguns casos efémera, que transmitiu, mais até que a sua figura frágil trucidada pela vida, realça aquele sorriso final que coloca a nu todas as banalidades e frivolidades com que nos deparamos e lutamos no dia-a-dia.

É com aquele sorriso que retribui cada um dos abraços.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

O fio da meada

Isto não é um novo blog. É mesmo o fio de uma grande meada. Durante anos mexi e remexi na vida, no quotidiano, no amor, na morte e no humor, e até na banalidade e no supérfluo quer nas palavras quer nas imagens. Esse modelo enteou-se, esgotou-se, esgotei-me, entediei-me.

Eis então, o fio da meada.