
A inquietação é uma coisa tramada.
A primeira que me lembre, já lá vão uns anitos, foi numa adolescência feita de conquistas em número e género, marcada por objectivos imaturamente avaliados pela malta. Era um tempo de grande competição. Experimentavam-se também outras sensações, deslumbramento, desilusão, solidariedade, compreensão, etc.
Depois, com o passar dos anos, habituamo-nos a minora-la, substitui-la até, era um exercício de teste à personalidade, uns chumbaram nesse teste, e fumavam umas ganzas, outros, custava-lhes bater com as trombas de frente contra os problemas e, lutaram. Aprenderam.
Nos dias de hoje porém, estou a experimentar um novo tipo de inquietação, a inquietação da inquietação, a primeira é minha, a outra é a que já experimentei lá atrás, mas agora na pessoa do meu puto. Tudo isto é novo, e obviamente inquietante, primeiro porque na altura, e infelizmente, não tive ninguém que se inquietasse pela minha inquietação, não sei portanto de que forma poderei minorar a inquietação do puto, e segundo, porque temo que as nossas inquietações, devido às suas naturezas muito particulares, choquem de forma desastrosa.
É claro que será mais fácil deixa-lo lidar com a inquietação da mesma forma que eu lidei com a minha, sozinho, mas também é claro que por ter lidado sozinho com ela aprendi a não ficar parado.
Isto é que está uma merda ahn!